FRANQUEADORES PRECISAM DE TREINAMENTO? A RESPOSTA É SIM!

Queridos, 
A entrevista abaixo é super importante e cabe uma reflexão sobre o quanto nós, franqueadores, precisamos aprimorar.
Expert em treinamento para redes de franquias alerta: o sucesso de uma rede está atrelado ao nível de educação dos donos
Por Mariana Iwakura

Para que uma rede esteja preparada para assimilar as últimas tendências do universo do franchising é necessário que todos recebam o treinamento e que haja uma comunicação eficaz entre todas as partes. É o que diz Cheryl Babcock, Diretora Executiva da Associação Internacional de Franchising e especialista em educação em franquias. Segundo Babcock, somente a preparação correta pode levar à excelência da rede. Responsável pela elaboração de programas de educação executiva para empresas do mundo todo, a professora já ministrou cursos em países como Austrália, Finlândia, França, México, Filipinas, Singapura, Eslovênia e Reino Unido. A expert virá ao Brasil neste mês para participar do 2º Fórum Internacional de Gestão de Redes de Franquias e Negócios, organizado pelo Grupo Bittencourt.
Como a educação pode colaborar para o sucesso de uma rede de franquias?
A educação é um ingrediente crucial para o desenvolvimento da rede. É imperativo que tanto franqueadores quanto franqueados mantenham-se a par das últimas tendências. Engana-se quem acha que só os franqueados e os funcionários devem receber treinamento. Os franqueadores precisam aprender as melhores práticas para recrutar pessoas, construir uma cultura de colaboração e maximizar o desempenho das unidades. A educação dá a todos a oportunidade de tornar-se melhores líderes e caminhar para a excelência no franchising.

Quais são as inovações que as redes estão fazendo nessa área? A inovação está acontecendo em três áreas. Uma delas é tecnologia e o aprendizado on-line. Esse tipo de ensino pode não ser ideal para todos, mas proporciona ao franqueador um meio de superar as distâncias. Além disso, é uma maneira mais econômica de educar, já que as pessoas não têm de pagar pelo deslocamento e pela hospedagem. Outro movimento importante é na área de treinamento para vendas. Executivos e líderes estão investindo pesado nesse segmento, buscando pessoas que possam se transformar em exímios vendedores e aumentar o retorno sobre o investimento. Há ainda uma demanda muito forte por educação executiva e treinamento corporativo. Depois da crise econômica nos Estados Unidos, muitas pessoas decidiram aumentar seus conhecimentos para se manterem competitivas no mercado. 
Que tipo de treinamento deve ser aplicado aos franqueadores? O que pode ser ensinado?
Há muito a ser ensinado. Cursos para o franqueador devem incluir tópicos como desenvolvimento de liderança, desenvolvimento estratégico, inovação e crescimento em franquias, vendas em franquias, recrutamento e treinamento de franqueados, relacionamento entre franqueador e franqueado, legislação do franchising, estratégia imobiliária, comunicações, resolução de conflitos, redes sociais, tecnologia e treinamento sobre diversidade.

Muitos franqueados têm a mesma queixa. Quando ele compra a unidade, tudo parece ótimo. Mas, com o tempo, surgem as dificuldades, e demora muito para ele recuperar o investimento. O franqueador deve oferecer algum conhecimento a mais nesse processo? Sim, costumo ouvir muito esse tipo de reclamação. Na minha opinião, o franqueador deve oferecer o treinamento, a base de conhecimento. Mas cabe ao franqueado levar o negócio para a frente. Os clientes não vão simplesmente entrar na sua unicade. Ele tem que ter uma ligação forte com a comunidade, sentir-se confortável para se comunicar com as pessoas e fazê-las entrar no seu negócio. Não acho justo colocar toda a culpa no franqueador. O franqueado tem que ter iniciativa própria.

A capacitação continuada é tão importante quanto o treinamento inicial?
O treinamento inicial serve para introduzir o franqueado naquela rede de franquias. Mas isso é só começo, porque logo ele passará por mudanças muito rápidas. Daí, o melhor é que ele receba conhecimento de outros franqueados, que já passaram por isso. Dessa maneira poderão aprender, com seus colegas, o que funciona e o que funciona no seu mercado. É importante que as pessoas possam aprender com seus iguais, obtendo conhecimento prático ou tácito dessa colaboração.

No processo de educação e treinamento, é comum haver resistência do franqueado ou de seus funcionários a mudanças e novos conhecimentos. Como lidar com essa dificuldade? Os líderes, e aqui estou falando tanto do franqueador quanto do franqueado, devem se certificar de que qualquer mudança será comunicada com clareza, de maneira que eles possam entender o que está acontecendo no negócio. Eles precisam ouvir as preocupações dos franqueados ou dos funcionários, responder suas perguntas com tranquilidade e enfatizar que todos estão trabalhando juntos para ajudar a rede. Acho que muitas vezes nós só falamos e não ouvimos. A comunicação é a chave de tudo, porque constrói a confiança do empregado no negócio. Mas comunicação tem de ter mão dupla. Senão, não terá o mesmo significado ou eficácia.

Os franqueadores devem ouvir mais os franqueados?
Sim, porque os franqueados são aqueles que estão na linha de frente do negócio. Eles estão lá fora o tempo todo. É de lá que vêm as ideias mais inovadores. Nos Estados Unidos, nós dizemos que os franqueados são os verdadeiros clientes dos franqueadores.

Quais são as melhores maneiras de fazer isso?
Devem ser ofeceridos canais de expressão para os franqueados. O ideal é que seja criado um conselho, em que os franqueados podem se encontrar e compartilhar suas ideias livremente. Eu já fui franqueada da Subway, quando eles tinham menos de 5 mil unidades. A maioria delas estava nas costas leste e oeste dos Estados Unidos, mas eu estava bem no meio do país. Manter a loja aberta até 2h da manhã, em dias de inverno, com 30 centímetros de neve lá fora, não fazia sentido. Depois de uma conversa com o franqueador, consegui convencê-lo de que devia fechar mais cedo. Então acho que o diálogo só pode beneficiar a rede. Os franqueados podem comunicar solicitações dos clientes e até mesmo sugerir produtos mais inovadores.


CHERYL BABCOCK
Quem é: Diretora Executiva da Associação Internacional de Franchising e Diretora de Educação do Instituto Internacional para a Educação em Franchising da Escola de Negócios e Empreendedorismo H. Wayne Huizenga, da Nova Southeastern University, nos Estados Unidos
O que faz: desenvolve programas de educação executiva e ministra cursos em países como México, Filipinas, França e Reino Unido. Também é co-autora, ao lado de Julie Bennett, do livro Franchise Times Guide to Selecting, Buying & Owning a Franchise
www.huizenga.nova.edu 

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