KFC - GIGANTE MUNDIAL DO FAST FOOD ENTRA EM ANGOLA


A cadeia de restaurantes americana de fast food (refeições rápidas) Kentucky Fried Chicken (KFC) inaugurou, em Agosto de 2012, a sua primeira unidade em Luanda. O restaurante está localizado junto ao aeroporto internacional e envolveu um investimento de 5 milhões de dólares. O montante inclui as obras de restauração do edifício que tem capacidade para 200 pessoas sentadas e para atender 200 pessoas por hora. A unidade de três pisos tem uma esplanada e um drive thru (para compras realizadas a partir do interior do veículo) e emprega 35 funcionários. Este mês a marca irá abrir uma segunda unidade no Belas Shopping de Talatona.
Para os menos familiarizados com o conceito, a especialidade da cadeia, fundada em 1939 pelo americano Harland Sanders (cujo rosto surge no logótipo) é o frango frito (reza a lenda que a receita é secreta), acompanhado com batatas fritas feitas no momento. Mas a KFC também serve outras refeições ligeiras tais como hambúrgueres, sanduíches, saladas e sobremesas. O preço dos produtos vai desde os 350 aos 1500 kwanzas, mas pode chegar a 5 mil kwanzas se o cliente optar por uma refeição familiar (para cinco ou mais pessoas). António
Abertura do primeiro restaurante da KFC em Angola implicou  um investimento de 
5 milhões de dólares 

Pinto de Sousa, administrador do grupo ibérico Ibersol e da Ibersol Angola, a empresa responsável pelo lançamento da marca KFC, disse que os preços são estabelecidos de acordo com o nível de vida dos países onde a cadeia está presente (e Luanda, como é sabido, é uma das cidades mais caras do mundo).
Na inauguração, o responsável confessou estar muito orgulhoso por iniciar a actividade no país. “Viemos com ambição e estamos em Angola para ficar. Teremos de dar o nosso melhor, pois sabemos que também existem outros concorrentes fortes neste sector”, reconheceu.
Ibersol é uma franquia do grupo Yum!

A estreia em Angola poderá dar um novo fôlego ao crescimento do grupo Ibersol que, segundo a imprensa portuguesa, poderá num futuro próximo incluir outras marcas e outros mercados (caso de Moçambique). No início deste ano, António Pinto de Sousa já tinha confessado o desejo de entrar em Angola. “Fizemos diversos estudos de viabilidade e julgámos que o frango frito da KFC seria um produto com boa adesão. Vamos ver se somos capazes de replicar uma organização semelhante à que temos em Portugal e em Espanha, num mercado nascente, com características diferentes.” Durante a inauguração do espaço em Luanda, o responsável confirmou que “a entrada da KFC em Angola já estava a ser estudada há cerca de quatro anos, na sequência do convite formulado pela Yum!, a proprietária da marca. O compromisso que assumimos é o de implementar o conceito de acordo com as melhores práticas internacionais, através de jovens quadros angolanos, devidamente treinados, de forma a poderem evoluir para as diferentes funções da empresa”.
A Yum!, por sua vez, é o grupo de fast food com mais restaurantes em todo o mundo (mais de 37 mil em 110 países). É dona, entre outras, das marcas KFC, Pizza Hut e Taco Bell “herdadas”, em 1997, do gigante Pepsico (veja caixa “Quem é o mais velho da KFC?”). O grupo sediado em Louisville, no estado de Kentucky está neste momento com um ambicioso plano de expansão em África, na qual já tem 655 unidades, das quais 620 estão na África do Sul (país onde abriu o primeiro KFC, em 1971).
“A nossa presença em África surge em linha com o potencial de crescimento dos países do continente. Enquanto líderes de mercado, estamos muito entusiasmados com esta inauguração em Angola e com a possibilidade de oferecer aos angolanos o melhor frango que só nós sabemos confeccionar”, afirmou Bruce Layzell, director-geral da KFC para os mercados africanos. O objectivo da Yum! para este ano é chegar aos 100 restaurantes, em 20 países do continente, o que representará um investimento de 74  milhões de dólares. Até 2020, a meta é chegar às 1100 unidades na África do Sul a somar aos 1000 restaurantes nos restantes países africanos.
Recorde-se que no ano passado foram abertos restaurantes KFC no Gana, Zâmbia e Quénia e este ano os estreantes foram Angola e Malawi. Até ao final do ano, vão seguir-se a Tanzânia, Uganda, RDC e Madagáscar e a abertura da primeira unidade da marca Pizza Hut na África do Sul. Numa altura em que a maioria dos países desenvolvidos sofre uma crise de consumo, o grupo prevê terminar o ano com um crescimento dos lucros de 10%, fruto da expansão em África e, sobretudo, na China onde a Yum! já tem 3700 restaurantes e a KFC é a maior marca internacional de fast food.
Em Angola, a cadeia também tem todas as condições para chegar à liderança. Afinal, as suas principais rivais à escala global, caso da McDonald’s e da Subway (veja ranking abaixo) ainda não estão no mercado. Até lá, os amantes angolanos de fast food terão de se “contentar” com o frango frito feito à maneira do Colonel, uma iguaria que o mundo já aprecia há várias décadas.  
Quem é o mais velho da KFC?
Harland David Sanders nasceu em 1890 em Henryville, no estado de Indiana, Estados Unidos. Começou por servir frango frito durante a Grande Depressão num anexo ao posto de combustível que detinha em Kentucky. À medida que a popularidade da receita aumentava, Sanders mudou para um motel com um restaurante de 142 lugares (hoje alberga um museu em sua homenagem). Os nove anos seguintes foram passados a aperfeiçoar a “fórmula original” que inclui 11 ervas e especiarias. O sucesso foi tal que, em 1935, ele foi distinguido com o título de Colonel, o mais alto grau honorífico atribuído pelo estado do Kentucky.
A abertura de uma nova estrada obrigou-o a fechar o restaurante e a viajar pelos Estados Unidos em busca de potenciais interessados na sua receita. Em 1952, abre o primeiro Kentucky Fried Chiken, em Salt Lake City (estado do Utah) sendo um dos pioneiros no formato de franchising. Na altura, Sanders tinha 65 anos, uma idade improvável para alguém se lançar num negócio. Improvável para quase toda a gente, mas não para o persistente e determinado Colonel que fazia do bigode, barba aparada branca e o fato igualmente branco com laçarote, a sua imagem de marca (que ainda hoje é visível no logótipo).
Em 1964, Sanders vendeu a cadeia Kentucky Fried Chiken por 2 milhões de dólares a um grupo de empresários local. A rede acabaria de mudar de mãos por mais de três vezes, acabando no portefólio de activos da gigante PepsiCo (o Colonel manteve-se como embaixador da marca até à data da sua morte em Dezembro de 2010). Três anos antes, a Pepsico decidiu autonomizar os restaurantes que hoje pertencem à Yum! (embora seja uma empresa independente, mantém uma relação privilegiada com a Pepsico o que faz com as cadeias sejam obrigadas, por exemplo, a vender Pepsi nos restaurantes, em vez de Coca-Cola). Hoje, a Yum! é a cadeia de fast food com mais unidades à escala global (37 mil em 110 países) dado que agrupa marcas famosas como a Pizza Hut, Taco Bell e KFC.
Dissemos KFC apenas? Sim, a um dado momento o nome Kentucky Fried Chiken “encolheu” por razões de marketing (desde os anos 90 que a indústria de fast food tem sido vítima de campanhas que as acusam de promover a obesidade — os exemplos mais recentes foram os filmes Fast Food Nation, de 2002, e Super Size Me, de 2004). Talvez por isso os executivos terão julgado preferível omitir a palavra “frito” e retirar a ênfase no “frango”, algo que poderia facilitar a comercialização de outros produtos (por exemplo, no Japão, o produto mais vendido é o salmão frito ao passo que no Vietname é o camarão frito). A verdade é que hoje a icónica cadeia de fast food utiliza as duas denominações em simultâneo (a extensa ou a sigla de três letras).
O que permaneceu indissociavelmente ligado à marca KFC foi a esfinge do Colonel Sanders como elemento inconfundível do seu logótipo, além da “receita original” que data de 1939, um segredo rodeado de mistério que alegadamente se encontra guardado, em Louisville, no Kentucky.


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