FRANCHISING BRASILEIRO ABRE PORTAS PARA GERAÇÃO Y

A Geração Y – composta, a rigor, por pessoas que nasceram a partir dos anos 1980, em meio à evolução tecnológica – está descobrindo o franchising, que no Brasil surgiu na mesma época. Muitos desses jovens já vêem as franquias como um bom caminho profissional. Porém, na opinião de Melitha Novoa Prado – uma das mais especializadas e respeitadas advogadas em relacionamento de redes, nos segmentos de franchising e varejo – o fato merece atenção dos franqueadores. 

O alerta de Melitha tem justificativa. ‘Tenho constatado frequentes mudanças de ideia entre jovens franqueados, como ocorre com funcionários de empresas, que ficam insatisfeitos com o trabalho e trocam de emprego continuamente. A pessoa entra numa franquia e, sem aplicar o necessário empenho para obter retorno e sucesso, perde a paciência e resolve passá-la adiante’, conta a advogada.

Melitha compara a atitude à volatilidade verificada nos relacionamentos – sejam pessoais ou profissionais – encorajada pela velocidade e efemeridade da internet. ‘Hoje nossa sociedade anda muito superficial e intolerante, até mesmo nos negócios. Antes, a prática era plantar para poder semear. Agora sobressai a ansiedade por resultados imediatos’, preocupa-se.

A advogada exemplifica: ‘Há jovens franqueados que desistem da marca antes mesmo de começar a operar, ainda no treinamento. Geralmente porque começam a perceber que não terão a liberdade que esperavam, por ter de seguir determinadas regras. E só nesta fase descobrem que o dinheiro não virá se não trabalharem mais do que pretendiam’.

A consultora vê como fatores para esse tipo de comportamento a falta de energia e de proatividade, além da primazia da autoindulgência, sobrepondo à dedicação profissional a preservação da qualidade de vida. A preocupação se agrava quando constata que há cada vez mais pessoas de gerações anteriores se deixando levar pela tendência a ‘trocar de franquia como troca de roupa’.

Para evitar esse tipo de problema, é preciso ‘blindar’ a franquia e a marca, evitando macular a reputação com trocas constantes de franqueados. Melitha dá algumas dicas ao franqueador:

A seleção de franqueados deve ser bastante criteriosa. Mais que o perfil financeiro do candidato, deve-se considerar sua estabilidade em empregos, avaliando sua vontade de trabalhar e de liderar equipes, sem se esquivar de resolver problemas;

- Como em qualquer relacionamento, é preciso ‘seduzir’ o franqueado mesmo depois de passado o encantamento inicial, que costuma durar no máximo dois anos;

- Para ‘reter talentos’, o franqueador deve promover uma gestão participativa, estimulando o trabalho em equipe e a criatividade, propondo desafios;

- Outra opção é flexibilizar as regras de operação; ao contrário do que possa parecer, essa conduta tende a exigir mais responsabilidade do franqueado;

- Devem-se desenvolver programas de fidelização e promoção entre franqueados – que envolvam inclusive retorno financeiro – mais com o objetivo de incitar o crescimento conjunto do que a competitividade;

- É recomendado estimular a elaboração de mudanças dentro da própria rede, como ferramentas para reduzir custos e facilitar as operações, entre outras;

- Criar, inovar, sair da rotina e compartilhar ideias é fundamental para aliviar e até solucionar anseios e frustrações.


Fonte: Atitude BR

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