Redes de franquias descobrem oportunidades de expandir internacionalizando suas marcas
O mercado de franquias registrou um faturamento de R$ 63 bilhões em 2009 com um crescimento de 14,7% em relação ao ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF). O número de unidades (pontos-de-venda de serviços ou produtos) saltou de 71.954 para 79.988. Para 2010, a expectativa é de um aumento de 16% no faturamento do setor. Mesmo com resultados tão positivos no mercado interno, muitas redes resolveram atuar também em outros países. 65 marcas brasileiras já abriram unidades no exterior.
A internacionalização de franquias, porém, é um passo delicado e que envolve muitos riscos. "Antes de pensar nisso, acredito que a empresa deva analisar se já conquistou uma boa parcela do mercado interno", afirma André Friedheim, sócio-diretor da Francap, consultoria em franchising. "Aconselharia obter pelo menos 60% de participação no setor em que atua no mercado brasileiro antes de abrir as portas em outros países." Feito isso, pode ser a hora de encontrar boas oportunidades fora do Brasil e daí vem todo o trabalho de fazer com que essa tentativa não se torne um grande fracasso.
Estude o mercado antes de tudo
Cleber Soares, 34 anos, vice-presidente da rede de serviços odontológicos Sorridents, não tem do que reclamar. Com 111 lojas abertas e faturamento de R$ 100 milhões em 2009, a empresa se popularizou com seus consultórios para clientes com dificuldade de acesso a serviços odontológicos de qualidade por questões financeiras.
Com um negócio de caráter mais popular, o empreendedor passou a ser abordado por possíveis franqueados internacionais. "Angola, Portugal, Uruguai e Argentina. Muitas pessoas desses e outros países com carência de serviços odontológicos especializados e a um preço acessível mostraram interesse em abrir unidades da Sorridents", afirma Soares.
Mas antes de aceitar as propostas desses investidores, Soares resolveu conhecer de perto os locais onde a Sorridents poderia marcar presença. "Iremos em setembro para Portugal para fazer um estudo de campo e conversar com profissionais locais para desenvolver um plano de internacionalização. Em Angola, um cliente já apresentou um projeto que estamos analisando", diz o empresário. "Estamos na fase de estudar o mercado de cada país e enxergar uma oportunidade."
Para Friedhein o estudo de mercado é essencial antes de se arriscar fora das fronteiras nacionais. "É preciso conhecer os hábitos de consumo, legislação local, parte tributária e fiscal, além de analisar o país profundamente, toda a sua estrutura. Nos Estados Unidos, por exemplo, cada estado tem uma lei de franquia específica e é preciso conhecê-la se sua intenção é ir para lá." Para um trabalho intenso como esse, uma boa alternativa pode ser contratar uma consultoria local que reúna todos esses dados. "É o mesmo processo que você faria se fosse abrir uma empresa aqui, só que em um país com uma cultura e leis que você desconhece."
Fonte: PEGN 13/08/10
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