Franchising
Em recente pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) com 1.643 marcas de franquia atuantes no país constatou-se que o setor não recuou diante da crise mundial, fechando o ano de 2009 com um faturamento de R$ 63 bilhões, um crescimento de 14,7% em comparação ao ano anterior.
Segundo o diretor executivo da ABF, Ricardo Camargo, as previsões realizadas apenas foram confirmadas. "A crise não inibiu o setor de franquias, pelo contrário, motivou o sistema", constatou ele.
Expansão – O crescimento do setor é justificado, segundo Camargo, primeiramente pelo elevado número de redes e de unidades abertas recentemente. Segundo o estudo da ABF, 264 novas redes surgiram no mercado apenas no ano passado, o que equivale a um aumento de 19,1%, totalizando 1.643. Dentre elas estão empresas como a Animafest, Babysol, Brasil Cacau, Café Moinho, Casa do Sorvete Jundiá, Dpil, Korai, Mara Mac, Martelinho de Ouro, Pakalolo, RE/MAX, Riccó, Selleti, Total Express e Vest Casa.
Já o número de unidades (pontos-de-venda de serviços ou produtos) inauguradas no período saltou de 71.954 para 79.988, registrando um aumento de 11% perante o ano anterior.
Este crescimento do número de redes e unidades aliado ao aumento do poder de consumo das classes B e C foram, segundo a ABF, os grandes responsáveis pelo crescimento do setor.
O diretor da Associação também lembra que como a maioria das redes é varejista, o segmento de franquias quase não sofreu, visto que o varejo foi pouco afetado pela "tempestade mundial".
Empregos – Essa expansão, segundo o executivo, resultou na abertura de 72 mil empregos diretos apenas em 2009. "Para 2010 estimamos que outras 81 mil pessoas sejam contratadas", afirma o diretor.
O setor emprega, atualmente, cerca de 720 mil profissionais, figurando entre um dos que mais oferecem oportunidades para quem busca seu primeiro emprego. O segmento também é conhecido por investir maciçamente no treinamento e capacitação de seus funcionários.
A ABF prevê que o faturamento do setor cresça entre 15% e 16% ao longo de 2010. Com relação ao número de novas marcas acredita-se em uma elevação de 10% a 12%; já em número de unidades essa variação deve ficar entre 8% e 10%.
Crescimento por setor – Com relação ao faturamento, o segmento de franquia que mais cresceu em 2009, pelo terceiro ano consecutivo, foi o de acessórios pessoais e calçados, registrando um aumento de 41,2% em relação ao ano anterior. Entre as marcas que colaboraram para a obtenção deste número estão a Arezzo, Balonè, Havaianas, Lupa Lupa e World Tennis.
Em segundo lugar no ranking ficou o setor de vestuário, com 37,5% de aumento de faturamento, seguido pelo segmento de informática e eletrônicos, com crescimento de 28,9% em relação a 2008. Algumas das redes que registraram grande crescimento no período foram Amigo Computador, Caverna do Dino, Hope Lingerie, Oi Franquias, Poderoso Timão e Puket.
Um dos segmentos que mais cresce quando se fala de franquias é o de alimentação, que manteve seu ritmo de expansão em 2009, registrando elevação de 21,8% frente ao ano anterior. As marcas de maior crescimento foram Megamatte, Patroni Pizza, Pelé Arena Café, Planet Chokolate e Subway.
Em relação à expansão do número de redes, o setor de hotelaria e turismo foi o que mais se destacou em 2009, com crescimento de 33,3% no ano, seguido por acessórios pessoais e calçados (com aumento de 30,7%) e veículos (com 25,9%).
Esse segmento de acessórios pessoais e calçados figura também como o que mais cresceu em número de unidades, com 23,5% de expansão, seguido pelo de alimentação (com 22,3%) e pelo de móveis, decoração e presentes (com 21,8%).
O estudo da ABF apontou ainda que as redes que concentram o maior número de unidades no país atualmente são, pela ordem: O Boticário (2.834), Kumon (1.599), Colchões Ortobom (1.382), Wizard Idiomas (1.246) e L'Acqua Di Fiori (1.166).
Com relação à expansão internacional, os números de 2009 também foram positivos: atualmente 65 redes nacionais já operam no exterior.
A ABF pretende continuar apoiando, juntamente com a APEX - Brasil, as redes interessadas em expandir suas atividades para outros países. "A exportação de produtos e marcas agrega valor à balança comercial do país e, por isso, é foco do Governo Federal. Para as redes as oportunidades geradas nos últimos anos estão se traduzindo em negócios", explica Camargo.
Como abrir uma franquia?
Primeiramente é preciso definir o que significa franchising: é o sistema com o qual uma empresa, chamada de franqueadora, autoriza um terceiro (o franqueado) a explorar os direitos de uso de sua marca, de distribuição de produtos e/ou serviços em um mercado definido e de utilizar um sistema de operação e gestão de um negócio que já faz sucesso.
O interessado, ao tornar-se um franqueado, tem como vantagens:
• associar-se a uma marca consolidada e de prestígio;
• participar de um conceito já testado, o que minimiza os riscos do negócio;
• reduzir o tempo de implantação do negócio;
• trocar experiências;
• poder acessar métodos profissionais de gestão;
• economia de escala;
• acesso a treinamentos / manuais;
• concentrar-se no resultado do negócio.
Auto-avaliação – Em primeiro lugar o candidato a franqueado precisa fazer uma profunda auto-análise, atendo-se aos seguintes aspectos: este é um projeto de vida pessoal? Qual sua expectativa profissional a curto, médio e longo prazos? É possível conciliar o negócio com a rotina da família (marido, esposa, filhos)? Qual será sua dedicação e disponibilidade para o negócio? Há experiências e afinidades com o setor?
Uma vez respondidas estas questões é preciso definir o segmento de interesse, pensando sempre naquele que mais se identifica com o seu perfil. Atualmente não é difícil obter informações sobre cada franqueador e suas estruturas, sobre quanto tempo existe o negócio e quando foi iniciado cada sistema de franquias.
O próximo passo é definir a localização da franquia: neste ponto o candidato deve limitar a região de atuação de sua preferência e checar se a franqueadora tem esta disponibilidade.
Outro ponto de suma importância é avaliar a estrutura oferecida pelo franqueador: questões como a saúde financeira destas empresas, o número de unidades próprias e franqueadas e de pontos franqueados que fecharam, o desempenho das unidades franqueadas, o nível de satisfação dos franqueados da empresa e o ritmo de expansão da rede em relação à estrutura da franqueadora, devem ser totalmente respondidas.
Em seguida o candidato deve analisar os serviços de suporte oferecidos pela empresa franqueadora: será que ela oferece apoio na implantação do negócio, treinamentos, suporte e apoio contínuos, manuais atualizados, reciclagens e consultoria de campo?
O franqueado, na sequência, deve elencar suas expectativas com o possível negócio, levando em consideração itens como: remuneração desejada; tempo e forma de dedicação; investimento e retorno; possibilidades de crescimento.
Investimento – O passo seguinte diz respeito à análise do investimento: em uma planilha é preciso discriminar gastos com a reforma do ponto, móveis e instalações, estoque e taxa de franquia iniciais, capital de giro e ponto comercial - não incluído nas planilhas fornecidas pelos franqueadores. Taxas (de franquia, de royalties, de propaganda, dentre outras) também devem ser elencadas.
O candidato precisa ainda fazer uma simulação de resultados, elaborando uma previsão de receitas menos despesas.
Outros itens que merecem ser analisados antes do fechamento de qualquer negócio são o pré-contrato e contrato de franquia oferecidos pela franqueadora.
Resumo - De forma resumida, o diretor executivo da ABF, Ricardo Camargo, explica o passo-a-passo para ingressar no mercado de franchising. "Em primeiro lugar o candidato precisa escolher o segmento da franquia no qual pretende atuar, levando em consideração se ele tem aptidão e simpatia por este ramo. Em seguida é preciso dispor, de capital próprio, de um valor equivalente a 50% do preço da franquia. O interessado precisa, então, escolher um ponto comercial e só então entrar em contato com o franqueador. Também se aconselha fazer uma pesquisa de mercado para saber da adequação daquele ponto comercial ao ramo de atividade da franquia de interesse. Uma vez esclarecidos todos estes pontos é só fechar negócio!", explica o executivo.
O diretor da DataByte Franchising, José Carlos Pedroso, idealiza bem o candidato a franqueado. "O perfil do franqueado ideal é aquele que tem iniciativa, que não gosta de trabalhar para os outros e que seja empreendedor", resume. E se alguém tem este perfil, mas pensou em abrir seu próprio negócio sem a "ajuda" de ninguém, Pedroso aconselha: "[a vantagem] na franquia é que ele pega um negócio que já foi testado e todos os erros já foram cometidos pelo franqueador". Mas dá um último alerta: "O franqueador que promete sucesso, dá brinde, não existe! O sucesso da franquia depende do franqueado".
Cristiane Navarro Vaz/SP
Fonte: http://jcconcursos.uol.com.br/Empregos/Noticiario/setor-de-franquias-empregos-28395
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