ANGOLA - DESAFIO AOS INVESTIDORES



Reportagem da Revista Franquia & Negócios - Edição abr/mai 2009

O sistema de franchising permite identificar mercados potencialmente interessantes mesmo em países que até há pouco tempo viviam em situação caótica. Angola se encaixa neste perfil. O ambiente de negócios é pobre e o país precisa de investimentos básicos. O custo de vida é altíssimo e falta mão-de-obra qualificada. Mas a nação, que foi colônia portuguesa te 1975 e palco de guerra civil durante 27 anos, vem crescendo mais de 15% ao ano e atraindo investidores estrangeiros.
Angola está localizada na costa ocidental da África e tem aproximadamente 13 milhões de habitantes. Apesar da pobreza devastadora em que vive os angolanos – com expectativa de vida em torno dos 40 anos -, o país é o maior produtor de petróleo da África.
Desde o fim da guerra civil, em 2002, as receitas provenientes do petróleo deixaram de financiar esforços bélicos e passaram a ser investidas na reconstrução de estradas e na infraestrutura necessária para o desenvolvimento econômico.
Se nos últimos anos o país registrou taxa de crescimento de dois dígitos, agora começa a sentir os reflexos da crise econômica mundial. Membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) desde dezembro de 2006, Angola se vê obrigada a respeitar o corte de 13% de sua produção diária (244 mil em 1,87 milhão de barris), determinado pela entidade. Na opinião de José Maria Botelho de Vasconcelos, presidente da Opep e ministro angolano do Petróleo, a medida adotada para combater declínio dos preços deve comprometer os projetos em andamento naquele país.
O crescimento angolano passa, então, a depender cada vez mais de setores não-petrolíferos. O investimento estrangeiro é fundamental para fomentar a diversificação econômica, reduzir os índices de desemprego (que oscilam entre 30% e 40%), facilitar o acesso a novas tecnologias e aumentar o poder aquisitivo da população. Apesar de esses objetivos ainda não terem sido atingidos, muitas empresas privadas já rumaram para Angola.
A construtora Odebrecht foi a primeira empresa brasileira a pisar em território angolano, ainda em plena guerra civil, em 1984. Tem participação na construção de hidrelétricas, mineração, agroindústria, urbanização e saneamento.
Hoje, de acordo com Alberto Ésper, presidente da Associação dos Empresários e Executivos Brasileiros em Angola (Aebran), há mais de 50 marcas verde-amarelas instaladas naquele país. O ritmo das relações culturais e econômicas entre Brasil e Angola é tão acelerada que a Aebran está apelando às autoridades dos dois países para abolirem os vistos de entrada.
Entre a comunidades estrangeiras, a população de brasileiros vivendo em Angola (40 mil) só perde para a de portugueses (100 mil).
Depois de anos de conflito, Portugal ainda vê a ex-colônia como um império de riqueza. Mas a identificação com o Brasil é nítida, haja vista o sucesso das franquias braileiras naquele pedaço da África. Livraria Nobel, Bit Company, Fisk, O Boticário, Sapataria do Futuro, Bob’s, Mundo Verde, Green, Mister Sheik, Werner Coiffeur e Richards comprovam o que outras marcas só poderão ver entre 14 e 19 de julho, durante a Filda 2009,Feira Internacional de Luanda.
NEM TUDO É FÁCIL
De acordo com Cristina Casalinho, economista-chefe do Banco Português de Investimento, principal acionista do Banco de Fomento de Angola, a perspectiva de bons negócios tem superado os entraves com que os investidores se deparam – e não são poucos. “Há necessidade de autorização do Estado para a criação de uma empresa em Angola com capitais estrangeiros. Por isso, é importante o desenvolvimento de parcerias locais”.
Não é à toa que Angola ocupa a posição 168 no ranking Doing Business 2009, ferramenta do Banco Mundial que avalia a facilidade para fazer negócios em 181 países. Portugal está em 48º lugar e o Brasil, em 125º. Cingapura, Nova Zelândia e Estados Unidas respectivamente, ocupam as três primeiras posições.
Segundo a expectativa portuguesa, uma classe média com algum poder de compra começa a se desenvolver em Angola. São pessoas empregadas na administração pública, nos setores petrolífero e de serviços. É no varejo, entretanto, que estão as melhores oportunidades. “O Belas Shopping primeiro centro de compras do país em nível europeu, inaugurado há pouco mais de um ano, tem obtido considerável sucesso. O franchising é uma possibilidade de negócio para os investidores locais, já que podem entrar com o capital e receber apoio em gestão e na formação e capacitação da mão-de-obra.”
Cristina se refere a uma das principais barreiras que as marcas estrangeiras têm de enfrentar em Angola. A guerra fez com que toda uma geração fosse excluída de qualquer forma de educação ou formação. A maior parte das empresas se vê obrigada a capacitar os seus quadros. Os poucos que têm formação exigem salários altos demais.
Apesar de todos os problemas, a capital, Luanda, é a aposta mais promissora, na opinião dos analistas, já que concentra 35% da população angolana. Mas a construção de estradas e o incentivo fiscal oferecido pelo governo têm promovido o crescimento de outras importantes cidades como Benguela, Lobito, Huambo e Lubango.



PAÍS: REPÚBLICA DE ANGOLA
CAPITAL: Luana
PRESIDENTE: José Eduardo dos Santos
PRIMEIRO-MINISTRO: Paulo Kassoma
LÍNGUA OFICIAL: Português
POPULAÇÃO: 13 milhões
MOEDA: Kwanza
PRINCIPAIS CIDADES: Luanda, Huambo, Benguela, Lobito e Lubango.

VOCÊ SABIA QUE EM ANGOLA...
Um hambúrguer custa em média 30 reais?
Uma latinha de refrigerante não sai por menos de seis reais?
O aluguel de um apartamento de dois quartos gira em torno de 12 mil reais?
Compras de supermercado custam quatro vezes mais do que no Brasil?
O dólar é aceito em quase todos os estabelecimentos?

Comentários

acreditar sempre disse…
trabalho na area de Comercio Exterior, e gostaria de conhecer
aoportunidades de negocios, tanto na Exportação, quanto na Importação.

Grato
Erivaldo Martins Cruz
Costa Maritima Log. e Turismo Intl.
emc@grupoestuario.com.br
acreditar sempre disse…
Gostaria de caminhos para que possa
fazer negocios com aquele mercado.
Sou representante comercial e trabalho na area de COMEX.
Grato
Erivaldo Martins Cruz
Costa Maritima
55 (013) 8811 3358

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